O novo Batman é bom. Não criei nenhuma expectativa por um simples fato: não há mais nada o que inventar. Tanto é que em vários momentos eu me senti assistindo um episódio caprichado de Nova York contra o Crime com toques de Demolidor, Zodíaco, Jogos Mortais e etc. Robert Pattinson atua no modo Exterminador do Futuro, inclusive no jeito de andar, o que só reforça a máxima de que Michael Keaton segue sendo o melhor Batman. A Mulher Gato de Zoe Kravitz é um pouco melhor. Ela é garçonete, puta, motoqueira, ladra, pega mulher e apesar do tamaninho, é muita areia pro caminhão do ex-Crepúsculo. O plot é bom, com as charadas do Charada e os atentados cruéis. Tem máfia e máfia dentro da própria máfia. Porém nada demais para aficionados em filmes e séries policiais. O Pingüim ficou a cara do Robert De Niro e me pareceu uma homenagem a quem participou de O Poderoso Chefão, Os Bons Companheiros, Casino e O Irlandês. Um pouco cansativa as três horas de duração e quase não tem externas a luz do dia, tá sempre chovendo e a cidade toda usa roupa preta. A explicação para as atitudes do Charada é quase igual a do Coringa. Enquanto nas HQs eles são pura e simplesmente do mal, aqui eles são a esquerda sofrida se vingando da direita, deixando Bruce Wayne como o burguês privilegiado. Se forçassem mais, cagariam. Pelo menos não é um Batman magnânimo, apoteótico, chato e ruidoso como foi o Dark Knight. Gotham City aqui é Nova York na cara dura e pegaria mal se depois da Covid varrer os EUA, Hollywood entregasse um super herói fodão que resolve tudo com uma vela e um copo d'água.

Superior a Batman Eternamente, mas inferior a Batman Begins, The Batman não empolga.

Nota: 6,5/10