Aliás. Neste longa, em particular, vemos retratado um episódio, infelizmente, pouco conhecido no Ocidente: O golpe de Estado realizado, após o assassinato do então presidente Park, em 12/12 de 1979, por parte da Forças Armadas sul-coreanas em Seul (capital do país). Filme impecável do ponto de vista técnico, em termos de direção, fotografia e reconstituição de época (figurinos e cenografia). Extremamente relevante também, pela história real abordada que, digamos assim, em comparação ao que vivemos recentemente por aqui, em Offshore Guedes Brasil, foi uma espécie de 8 de Janeiro que, infelizmente para o povo sul-coreano, deu certo. Obs: interessante, inclusive, notar como é uma constante na história mundial, a frequente participação das Forças Militares no processo de ascensão da extrema-direita ao poder, resultando, obviamente, na ascensão ao poder de ditaduras sanguinárias, invariavelmente corruptas e também, invariavelmente, imbuídas pelo manjado discurso de "manutenção e restabelecimento da ordem, por meio da garantia dos valores "Deus, pátria, família". Voltando ao filme propriamente dito, embora talvez, nem sempre tão didático quanto poderia e até deveria ser, em relação a quem não conhece bolhufas acerca dos fatos apresentados, em termos gerais, é muito bem realizado e conduzido, contendo até pitadas de humor em algumas cenas, como respiro em relação a uma trama tão pesada e, obviamente, com um desfecho extremamente triste e trágico.