Vamos demonstrar a hipótese: se o capitalismo financeiro hegemoniza a economia contemporânea; se o Estado/governo/agencia fiscalizadora pode ser capturado pelo capitalista/empresário/fiscalizado; se a ordem do capital/burguesia/elite/empresariado/establishment diverge do governo eleito pelo voto popular; se a tecnicalidade é subordinada à percepção político-ideológica dos técnicos, que não são isentos e autômatos como robôs; se a elite financeira é o timoneiro dos interesses da elite empresarial; conclui-se: quando um determinado governo eleito implementar uma política economica em sua vertente fiscal expansionista, para estimular investimento, gerar emprego e renda, o establishment poderá capturar a diretoria do BACEN para implementar uma política monetária em desacordo com o governo eleito, com o argumento forte aos ouvidos de todos do risco de perder o controle da inflação. E ainda chamarão este governo de populista, seja de perfil ideológico de esquerda, seja de direita. 

Sofrer pressão política o BACEN não pode, mas pressão de banqueiro e aliados pode? 

A infraestrutura (economia) cada vez mais se impõe à estrutura (política). O uso de peso e contrapeso levou à aprovação de quarentena de 6 meses. 

Todo diretor de banco central devia ser proibido de atuar no mercado financeiro no mínimo por 10 anos. Raul Prebisch deu exemplo: deixou o BC e foi dar aula na universidade. E não precisou de lei. 

Conclusão: “o rabo balança o cachorro”. CQD: como queríamos demonstrar. 

Vamos adiante, lutando!