Análise de A Última Showgirl (2024)
- Categoria: Critica de Filmes
- Publicação: 19/03/2025 23:18
- Autor: Ítalo Morelli Junior
Pamela Anderson disse que seu empresário foi o responsável pelas péssimas escolhas em sua carreira e que o roteiro de A Última Showgirl foi achado no lixo pelo seu filho. Podia ter ficado lá, porque sinceramente é um roteiro bem fraco, que mirou no etarismo e acertou na monotonia.
Em apenas 80 minutos, a cineasta Gia Coppola (que não herdou o talento do avô e ainda consegue ser inferior à tia) conta a breve história de Shelly (Pamela Anderson, em um esforço louvável de atriz), uma dançarina de boate que aos 57 anos será dispensada em breve de ofício após quase 40 anos de trajetória.
Ela tem apenas as colegas de palco Mary-Anne (Brenda Song) e Jodie (Kiernan Shipka), a amiga, ex-vedete e atual garçonete Annette (Jamie Lee Curtis) e o iluminador Eddie (Dave Bautista) que é pai de sua filha Hannah (Billie Lourd), com quem mantém um relação conflituosa. Essa história já foi contada inúmeras vezes e aqui o resultado não é nada caloroso devido a inexperiência da diretora. Faltou alguém com pulso mais firme e idéias criativas para que A Última Showgirl fosse mais marcante
Shelly é bem infantilizada, claramente não amadureceu ao ficar presa na rotina de um espetáculo repetitivo e ultrapassado. Por esse motivo, fica difícil criar qualquer empatia com ela e muito menos com Annette, uma viciada em jogo que perdeu tudo. E num filme com mulheres, sobre mulheres e dirigido por uma mulher, o personagem mais bacana é Eddie, o único homem na trama - cortesia da atuação contida e precisa de Dave Bautista. É ele quem consegue quebrar o clima de vazio existencial, mesmo ele sendo outro personagem sem expectativa de mudanças.
Indicada a vários prêmios importantes, tais como o Globo de Ouro e o Screen Actors Guild, Pamela Anderson atua de cara lavada e uma sinceridade convincente, fazendo o que pode com uma personagem tão carente de complexidade. A ambientação se resume ao camarim da boate e rápidos takes da casa de Shelly, que também provam que Gia Coppola (com só dois filmes no curriculum) ainda precisa aprender muito se quiser seguir os passos da tia Sofia ou rezar na cartilha do estilo alternativo do Sean Baker.
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