Brilhante sátira aos bastidores da indústria cinematográfica norte-americana e talvez o melhor trabalho do diretor Robert Altman. A história é simples, porém conduzida de maneira envolvente, numa verdadeira aula de cinema: um executivo de estúdio (Tim Robbins, premiado no Festival de Cannes) pressionado por uma série de fracassos de bilheteria consecutivos, começa a receber ameaças anônimas de um roteirista que teve seu script rejeitado. Atormentado, pensa ter encontrado o responsável e, num acesso de fúria, o mata.

Com duas horas de duração, O Jogador não enrola e não perde o pique em nenhum momento, o que justifica o prêmio de diretor no Festival de Cannes e a indicação ao Oscar para Robert Altman. A abertura genial, um plano sequência de 8 minutos sem cortes, é inspirada em A Marca da Maldade (1958) de Orson Welles, enquanto o filme é citado nos diálogos. 

Filmado no início dos anos 1990, tempo em que ainda havia liberdade suficiente nos estúdios para que um filme pudesse tecer as mais ácidas críticas a indústria do cinema, O Jogador é cinemão que raramemte é feito nos caretas dias atuais.

Bons e saudosos tempos.